Segurados chegam a desistir de indenização.
Valor do seguro obrigatório ficou mais caro em 2007.
Pouca informação e muita burocracia prejudicam na hora de receber o seguro obrigatório, o DPVAT.
A taxa que ficou mais cara no início deste ano – reajuste de 11,3% - deveria assegurar a motoristas, passageiros e pedestres indenização em casos de morte ou invalidez. O problema é que os segurados enfrentam dificuldades na hora de apresentar documentação e o prazo de 30 dias para o pagamento do benefício, poucas vezes é respeitado.
A entrada no pedido do DPVAT pode ser feita até três anos depois do acidente. O segurado precisa reunir uma série de documentos, como boletim de ocorrência, atestado de óbito, laudos médicos e notas fiscais com gastos hospitalares, uma vez que o seguro também reembolsa despesas médicas. Depois, a indicação é procurar uma seguradora. A indenização para invalidez permanente ou morte é de R$ 13 mil.
Mas, na maioria das vezes, o procedimento não é tão simples assim. O corretor de seguros, especialista em DPVAT, Carlos Curitiba, explica que quando uma pessoa tenta receber o benefício sozinha, a seguradora costuma dificultar o processo. Há casos que se arrastam por anos. Existe pouca informação e a burocracia é muito grande.
Indenização difícil
Na hora de reunir os documentos exigidos pela seguradora que as pessoas encontram maior dificuldade. “O segurado reúne todos os documentos solicitados. Com o tempo, a seguradora vai enviando cartas exigindo outros papéis. Às vezes, solicitam pequenas correções em documentos já enviados”, conta o corretor.
Foi o que aconteceu com o comerciante Ataídes Vasconcelos. Há cinco anos ele sofreu um acidente de carro e ficou inválido, com seqüelas nas pernas e nos braços. Ao tentar receber o seguro, não conseguiu e teve que contratar um advogado. No ano passado, o comerciante recebeu apenas uma parte da indenização.
“Na seguradora, eles não me recebiam muito bem. Estavam sempre dificultando as coisas. Cada dia pediam um documento. Chegou a um ponto que eu desisti. Depois de anos, procurei um advogado particular. Só aí recebi 70% do valor a que tenho direito “, conta Ataídes.